Achados e perdidos (Oliver Jeffers)
O livro conta a saga de um menino, o qual tenta encontrar alguma informação ou origem sobre um pinguim que aparece na porta de sua casa. A narrativa nos faz viajar até o Polo Sul, onde o menino deixaria o pinguim. Porém, ao se despedir, o menino se dá conta de que os dois já haviam se tornado grandes amigos. Por isso, não se separam e juntos descobrem que estar sozinho e estar perdido não é a mesma coisa.
Essa história fantástica e surpreendente chega aos leitores com as lindas ilustrações de Oliver Jeffers, sua aquarela delicada e impressionante nos coloca diretamente na obra, e nos faz pensar que, afinal, aquela poderia ser nossa história também.
Esta é uma obra que nos oportuniza para conversar sobre o esforço que temos para construir e manter nossos relacionamentos, principalmente nossas amizades. Até onde você já foi por um amigo? O que você já construiu para ajudá-lo? Você já abriu mão de estar com ele, para que ele pudesse ser feliz? Essas são algumas das reflexões que Oliver Jeffers nos possibilita.
O ponto mais bonito, está em ver o grande trabalho que o menino tem a partir do momento em que começa a ajudar o pinguim. Um trabalho difícil e que ao final é recompensado por uma amizade sincera. E se todo tipo de trabalho fosse pago assim?
Pontos de conversa:
1) Trabalhar e/ou ter trabalho para ajudar o outro;
2) Amizade entre animais e humanos;
3) Natureza e vida de um pinguim;
4) Sentir-se/estar sozinho ou perdido;
5) Obstáculos para se alcançar um objetivo;
6) Pólo Norte, geografia;
7) Saberes náuticos e viagens marítimas;
8) Coisas que perdemos e encontramos.
Dicas de intervenção
1) Oliver Jeffers, já na capa nos provoca muito, por isso, vamos valorizar seu convite que vem quase como um cartão postal.
a) Incentive as crianças a observarem todos os elementos na capa - pinguim, mar, estrelas, iceberg, guarda-chuva, menino, mala. Que tipo de barco é esse? Onde eles podem estar?
b) Questione a expressão Achados e perdidos, as crianças conhecem? Em que situações elas já ouviram ou usaram essa expressão?
2) Antes da história começar (Folha de rosto), encontramos uma mala sozinha. Quais as possíveis funções dela? Que associações as crianças fazem ao vê-la?
3) “Era uma vez um menino que um dia encontrou um pinguim na porta de sua casa”,(págs. 6 e 7). Pergunte às crianças se elas já viram algum pinguim, se conhecem ou se sabem onde
eles vivem.
4) O pinguim começou a segui-lo (pág. 8) e o menino percebeu que ele estava triste e parecia perdido! (Pág. 9). “Então, o menino decidiu ajudar o pinguim a achar o caminho de casa” (pág. 10).
a) Questionar se as crianças já cuidaram de algum animal perdido.
b) E se um pinguim batesse na sua porta, você o ajudaria? O que faria para ajudá-lo?
5) Depois de ir ao oficial de achados e perdidos e perguntar aos pássaros (págs. 10 e 11), o menino perguntou ao seu patinho de borracha se ele sabia de alguém que tinha perdido um pinguim (pág. 12). Quais as diferenças e semelhanças entre um patinho de borracha e um pinguim?
6) “Na manhã seguinte, ele descobriu que os pinguins vêm do Polo Sul” (pág.14).
a) Tendo como imagem a ilustração, pergunte: como o menino descobriu isso?
b) Como será o Polo sul? As crianças já viram no mapa ou sabem de algo sobre essa região? Se elas não conhecerem, leve um mapa ou fotos para elas! =)
7) Na página seguinte (15) nos deparamos com um contraste que vale a pena marcar bem na sua narrativa, use sua entonação para diferenciar “UM GRANDE NAVIO” e “sua voz muito baixinha”.
8) Ele resolveram remar até o Polo Sul! “O menino tirou seu barco do ármario e eles testaram seu tamanho e sua força. Juntaram tudo o que iam precisar...” (pág. 16).
a) Se as crianças fossem viajar para o Polo sul, qual meio de transporte
usariam? O que levariam?
b) Usando a imagem como base pergunte como eles fizeram este teste e o que levariam na viagem.
c) Comente: há a necessidade de um barco para o pinguim? Ele realmente
precisa de um para chegar ao Polo Sul?
9) Preparados para a viagem, eles saem em um dia cinzento (pág. 17). Será que era um bom dia para navegar?
a) O que será que vai acontecer com as personagens em alto mar?
10) Enquanto remam no bom e no mau tempo, o menino conta histórias. (Págs. 18 a 21). Considerando tudo o que aconteceu até aqui, pergunte: o menino poderia ter uma profissão? Qual seria?
11) “... até que chegaram ao Polo Sul. O menino estava feliz, mas o pinguim estava quietinho. De repente, parecia triste de novo..” (págs. 22 e 23). Por que será que o pinguim ficou triste ao chegar em seu habitat natural?
12) Ao se despedir de seu amigo pinguim o menino ficou pensando… e ele percebeu que tinha cometido um grande erro (págs. 26 e 27). Qual era esse erro? Qual a diferença entre estar sozinho e estar perdido?
13) Ele volta ao Polo Sul, mas desencontra de seu amigo! Oliver Jeffers já nos deixa uma possível intervenção. “Ele estava no Polo Sul outra vez. Mas cadê o pinguim?”. (Págs. 28 e 29).
14) Uma das técnicas de leitura dialógicas mais tradicionais é pedir para que as crianças completem a história, Oliver Jeffers nos transmite uma intensa carga afetiva e cria uma atmosfera de suspense perfeita nas páginas 30 e 31, não perca essa oportunidade!
a) “Triste, o menino se preparou para voltar. Não havia mais motivo para contar histórias, pois não havia ninguém para ouvi-las, além do vento e das ondas. Mas aí o menino enxergou alguma coisa na água, lá adiante. Começou a se aproximar e se aproximar, até que ele pôde ver…”. Deixe as reticências no ar e veja se alguma das crianças completa. Se necessário use uma dica “Quem será que o menino encontrou?”.
Nota: Prepare um lencinho: é impossível não se emocionar quando as crianças gritam: “o pinguim!”
15) “E então o menino e seu amigo voltaram para casa juntos, conversando sobre coisas maravilhosas, o caminho inteiro”. Quando eles se reencontram, pergunte às crianças o que elas imaginam que poderia o que acontecer quando eles voltarem para a casa do garoto, como será vida deles dois?
Sugestão de atividade:
1) Que tal fazer uma caminhada ou corrida andando como pinguins? =)
2) Achados e perdidos já foi adaptado em um curta, confira o trailer!
3) No youtube podemos encontrar uma contação de Achados e perdidos em inglês! Aos professores que ensinam línguas estrangeiras, por que não experimentar usar a contação com nossas intervenções? =)